Saturday, August 08, 2015

Infeliz Aniversário

Hoje é sábado - dia do meu aniversário.

Estou triste (como é normal nesta época).

A FIV não deu certo. Eu fiquei triste, mas não é só isso.

Eu fiquei triste mesmo na quinta-feira, porque achei que não tinha dado certo. Neste dia eu fiquei mal e falei para o meu marido o que eu achava.
Ele falou para eu ligar para a médica e conversar com ela. Eu respondi que não ia adiantar, que a médica me diria que teria que esperar até sexta (o dia seguinte) que eu faria o exame e saberia o resultado.  Quanto aos sintomas, não tem como dizer, pois estou tomando hormônios da gravidez e se confundem com o que está realmente acontecendo com meu corpo.

Aí, brigamos!! Eu não aguento mais brigar com ele.

Ontem, na sexta, quando estávamos voltando do meu trabalho, minha mãe ligou, disse que jantaria fora com meu pai, minha irmã e chamaria as outras tb. Perguntou quando eu queria o bolo, no sábado ou no domingo e conversamos um pouco.
Recebi também um convite da minha irmã para jantarmos no sábado (meu aniversário)...

Falei dos convites para o marido que disse: vamos aguardar o telefonema da Dra, porque se não tiver dado certo, queria ter um tempo só para a gente, são tantos convites, e ainda tem o domingo, que é dia dos pais, devemos ir na casa dos seus... prefiro que a gente almoce lá no domingo, não no sábado.

Eu falei para ele que eu gosto de ir lá no sábado (fazemos isso quase toda semana), que domingo eu não acho legal. E expus minha opinião. Se a resposta da médica for positiva, gostaria de ir na minha mãe no sábado. Caso seja negativa, não vamos dia nenhum...

Ele respondeu que ia pensar e depois conversaríamos sobre isso.

Recebi o telefonema da Dra. assim que chegamos em casa. Ela confirmou que não deu certo. Aí ficamos tristes juntos... mais ou menos juntos, né... nossa situação não está muito legal. 

Então eu mandei uma mensagem para minha mãe, dizendo que não iríamos jantar com eles, que sábado eu não iria na casa dela e domingo também não. 

Escrevi para minha irmã agradecendo o convite, mas que dessa vez não seria possível.

Aí ele ficou bravo comigo. Por que você fez isso
                                           Porque eu disse que se não tivesse dado certo não faríamos nada!

Ficou bravo comigo (com razão, ele disse que depois conversaríamos), mas eu não estava a fim de ir, na verdade eu estava super afim de ir, eu queria ir no sábado (hoje), que minha mãe ia preparara minha batata preferida. E é sábado!! Dia de ir na minha mãe e encontrar minhas irmãs. Ele disse que o único programa que ele queria excluir era o almoço no sábado. Só para me sacanear, né??

Mas eu não estava a fim de ir com ele. Ele ficou chateado, é claro. É um sonho, mas este sonho está virando uma obsessão estamos juntos somente por isso. Se a próxima não der certo, eu vou embora. Vou dar a ele uma oportunidade de encontrar uma mulher mais nova, com condições de dar a ele um filho, caso eu não consiga.

Eu falei à noite, antes de irmos dormir, que eu achava que estávamos juntos só por isso, que não tinha mais sentido. Que tudo que a gente falava (e brigava) há meses era sobre esta questão do filho(a). Ele disse que não e lembrou de algumas vezes que discutimos sobre isso. É lógico que começamos a discutir de novo...

Eu fui dormir chorando. Pensando...

Estou sofrendo horrores com esta coluna. Além da lombar, está começando a me atacar a cervical, a coluna está ficando torta e dolorida. Eu gostaria mesmo de ir atrás de um tratamento, mesmo que fosse a cirurgia para resolver este problema. Mas eu evito falar desse assunto com ele (e olha que eu falo sobre isso, viu? Imagine se eu fosse falar toda vez que me dá vontade...

Ele só pensa nessa história da criança, no sonho de ser pai. Sonho este que não estava definido nos nossos planos quando casamos. Eu me sinto pressionada injustamente quanto a isso.

Eu acho que ele está cansando de mim, eu estou cansando de mim e fico fazendo planos de como abandonar este mundo. Sim, se você, caro leitor, está pensando que eu quero me matar, acho que não deixei dúvidas.

Eu quero ir embora daqui. Estou cansada de sentir dores. Estou cansada de ficar sozinha sentindo essas dores (sozinha eu digo, porque ele não me escuta, ele diminui sempre minha dor, meu problema).

Quando eu ficava no sofá, quase imóvel de tanta dor que eu sentia, ele pouco se abalava. Quando eu andava lentamente, dura igual a um cabo de vassoura, até a respiração eu tentava controlar porque doía, ele olhava para mim como se eu estivesse enrolando por querer.


Ele não sei se ele acredita que eu realmente sofro, que eu acordo todas as madrugadas com dor e não consigo mais voltar a dormir.

Como fazer para irmos atrás dos nossos sonhos? Eu, de uma cura, de um tratamento, de um alívio para estas dores. Ele, atrás da realização do sonho de ser pai. Será que temos que fazer isso separado, para sermos felizes.

Hoje eu não quero ver ninguém, falar com ninguém e principalmente, alguém pode imaginar o quanto vai doer escutar um: "Feliz aniversário"?  Quando, no dia anterior, eu tive que ouvir que temos dificuldade de ter um filho por causa da minha idade?

É, fiquei velha, eu não sonhava em ser mãe, isso nunca foi um problema para mim. Eu sonhava em ser feliz e sempre fiz as coisas que me traziam felicidade. Ou pelo menos, eu sempre fui atrás das coisas que eu acreditava que iriam me trazer felicidade. E acho que por muitos momentos eu acertei. 

Eu casei com ele porque eu acreditava que seria feliz. Ele parecia ser o cara certo para mim. Até há pouco tempo eu realmente acreditava nisso. Hoje, eu não tenho toda essa certeza. Eu não acho que alguém que tenta não ver que eu estou sofrendo, ou que tenta diminuir o tamanho do meu problema (que é realmente sério) me ame verdadeiramente.

Eu não acredito que alguém que briga comigo sempre que eu exponho meus sentimentos me ame verdadeiramente.

Eu entendo que ele está passando por um turbilhão de coisas na vida dele, também. Tem um montão de preocupações, um trabalho estressante, se preocupa com pai e mãe, investe o tempo dele para ajudá-los, como pode, e uma esposa que às vezes sofre demais. Mas esta esposa se esforça para livrar a carga dele. Sem sucesso, mas tenta. Mas também tem sua carga, um trabalho estressante, um trânsito a enfrentar ida e volta todo dia além de dores constantes.

Como fazer para sairmos dessa menos machucados, é possível??Seia possível revertermos esta situação? E ficarmos bem novamente?

O que eu sei é que hoje eu não terei um FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

Sunday, August 02, 2015

Não é o que eu quero

Pensando...
Eu não quero morrer.
Mas eu estou sofrendo muito. A dor na minha coluna está acando comigo, com a minha esperança, com meus sonhos, com a minha alegria de viver, com a a minha vontade de fazer as coisas... e com o meu casamento também.

Eu sei que ele não vai aguentar muito mais tempo conviver com alguém que reclama, que todo dia diz: 'estou com dor', 'estou com medo', 'meu pé formiga', 'não estou conseguindo dormir' e por aí vai.
Não é fácil, eu sei. É muito ruim ouvir isso com frequência, mas e eu que sinto a dor quase o tempo todo. Ela está aqui me atormentando constantemente, eu também não aguento muito tempo, mas eu ainda não consegui me separar dela. Agora, para ele se separar de mim, é bem mais fácil e, por mais que eu me esforce, eu não consigo ser uma companhia agradável o tempo tod, tem horas que eu quero morrer, que nada mais me importa, eu acabo não me preocupando em ser uma companhia bacana, na verdade quero que o mundo exploda.

Mas a verdade é que eu não quero morrer, eu quero me livrar desta dor, e esta parece ser a única solução.

Eu penso em todas as coisas que eu gosto, que me dão prazer.
Gosto de ler, de aprender, de sentir quando estou aprendendo, de ler em outras línguas e sentir o prazer imenso que isso me proporciona. Gosto de tocar violão, de fazer exercícios, de ouvir música, de receber e dar carinho, de estar abraçada com meu marido. De sentir o sol na mina pele, do calor,de nadar, de mergulhar, na piscina, no mar, de me arrumar... Se eu for embora, tudo isso será perdido, também.  E eu não quero. De verdade, eu gosto de viver, de estar viva. Por isso eu acho que eu preciso ir em busca de uma solução para aminha dor, não apenas ouvir 'vai passar'. Vai passar quando?? E enquanto não passa?. Fico sofrendo, mesmo?  Eu já estou assim há um ano e três meses. São 39 meses de sofrimento, de agonia, de tortura e ainda não passou.

Eu gostaria que ele ouvisse o quanto isso me tortura e que ele me ajudasse,o fato de estar em acompanhamneto com o fisiatra ele já acha que está solucionado. Mas meu sofrimento continua. Tomei por uns cinco meses um remédio que eu não queria, que não adiantou nada!!mas ele acha que fez diferença, fiz 12 sessões de rolfing, caríssimas, que não me livraram desta dor. A única coisa que me deu alívio foram as injeções, mas foi temporariamente, depois de ums dez dias, tudo voltava, ou seja, este tratamento que estou fazendo não está resolvendo. Ele é paliativo temporário. A academia, sem dúvida ajda a suportar a dor, mas não resolve o problema.

Ou seja, meu problema persiste, e eu tenho a impressão que meu marido não está preocupado com meu bem estar. Ele não se importa que eu sinta dor,ele só me diz 'deita um pouco'. CARALHO!! Eu tenho uma vértebra fora do lugar, três discos abaulados e uma dor fudada!! Deitar é a solução?

Ele faz pouco da minha dor, quando eu digo que não poderei carregar nossa filha no colo, ele acha que eu estou exagerando. Não é exagero!! É sério. Se eu não resolver este problema, eu não terei condições físicas de carregar, de me abaixar, de fazer as coisas que uma mãe de e fazer.

Quando ele diz que me ama, eu penso 'se me ama, porquemeu sofrimento não te incomoda? Por quenão se preocupa comigo'?

Eu acredito que há ou que haverá uma solução para mim. Mas ficar deitada, acreditando nisso eu não acho que ajude. Acho que temos que pesquisar, consultar especialistas, conversar com pessoas, entrar em foruns, ouvir experiências diversas. Assim, eu acredito que encontrarei uma solução, um alivio para a minha dor.

Pesquisar eu posso, mas ir às consultas ou colocar em prática outros tratamentos está fora de cogitação. Por isso eu sofro. E, diante de tão poucas opções, o fim certamente passa a ser uma delas. Mesmo tendo que perder todo o outro lado de coisas que eu adoro, que euprezo e que eu valorizo.

Outra soluçãomseria nos separarmos, assim eu poderia tomar as atitudes que eu quiser, procurar ajuda aonde eu achar que posso encontrar. Sem ter que passar pela aprovação do marido.




FIV

Quinta-feira, foi O dia da punção. Eu estava apreensiva. Na verdade eu senti medo.
Tenho uma insegurança pois minha cabeça tem funcionado a mil nestes quinze dias.
Como a coluna voltou a doer mais nestes dias, passei mais noites em claro. Aí, sem ter o que fazer e sem dormir, a mente vai longe, volta ao passado, lembra das coisas que aconteceram, pensa no que ooderia ter feito de forma diferente...
E eu pensei... Se eu tivesse me separado em 2012 e tomado as providências que eu achava melhor na época? Se eu pudesse fazer os tratamentos que eu havia pesquisado e resolvesse tentar?
O fato de precisar de aprovação fez com que várias opções fossem descartadas, algumas eu nem sequer mencionei porque eu sabia que haveria rejeição à ideia e poderia gerar nova dicussão.
O rolfing mesmo demorou mais de um ano para eu poder fazer.
A impossibilidade de repensar na cirurgia como opção também é algo que me magoa. Eu não sei se esta seria a minha solução, mas eu gostaria de consultar outros médicos e estudar mais sobre isso.

Voltando à FIV. A decisão de termos um filho foi tomada há cerca de um ano e chegamos no meio do tratamento agora. Vamos em frente. Mas eu gostaria de registrar meus medos aqui.

A punção foi tranquila, a anestesia pegou rapidinho e eu dormi. Voltei para o quarto de dormi mais um pouquinho. Depois tomei um cafe da manhã e voltamos para a casa.

No dia seguinte a dra. ligou para contar o resultado.
Depois, uma vez por dia recebia a ligação dela para saber da evolução...

D.0 - Até que terça feira (5 dias depois) chegou o grande e esperado dia.

A transferência foi de um embrião só. Depois da transferência fiquei um tempo deitada e em seguida voltamos para a casa. Passamos o resto do dia em casa, no sofá, eu dormi à tarde.

D.1-Dia seguinte, em casa novamente, muito repouso.... Com direito a janta feita feito marido.

D.2-No outro dia... Vida normal, mas fui para o trabalho de carro, levada pelo marido, tb.
D.3- Outro dia, idem. Jantar na pizzaria, com paps, mams e irmão, além do marido, é claro.
D.4- Sábado, almoço na casa da mãe - foi o dia que eumais senti cólicas, eu confesso que eu gosto de sentir as cólicas, elas passam rápido, mas me dá uma esperança... Ah! Eu tenho feito muito xixi, mais que o normal, e quando a vontade vem, tem que ir logo, não consigo ficar segurando muito tempo.. (Será??)
D.5- Domingo - dia de compras, mas a coluna está doendo muito e bateu um desânimo grande, de novo, as lembranças, as ideias de ir embora mais cedo e a tristez de pensar: 'como vou segurar uma criança'? 'Como vou aguentar o barrigão'? Tantos medos!!! E a cabeça, de novo, arquitetando o plano do fim.