Friday, October 02, 2015

Meu DEUS. Me casei com a minha mãe.

às vezes eu acho o comportamento do meu marido muito igual ao da minha mãe, veja só o que eu escrevei aqui, é muito igual, e me irrita exatamente da mesma maneira!!!
Não é incrível.
Ok. Já sei que não posso mais comentar as coisas com ele. Eu sei fazer isso, e para mim nem é tanto sacrifício, assim.
Infelizmente, ao fazer isso eu também mudo o modo de me relacionar, ou seja, o papel desempenhado pela pessoa ao meu lado muda.
O companheiro, aquele que deveria estar ao meu lado, não estará mais.
Qual a confiança que vou ter se não posso mais me abrir e contar as coisas que estão passando pela minha cabeça?
Mude algo em um relacionamento, e não mudará apenas uma coisa, a dinâmica também será atingida...
Foi a escolha dele. Eu já vivi muito tempo solitária, e em alguns momentos eu até curti... 

Falando para o vazio!

Hoje eu tive uma confirmação.
TODAS as vezes que eu achava que ele não estava ouvindo, que ele não estava interessado ou que ele não queria ouvir, (como neste dia)... era verdade.
Eu passei horas, se não dias (somando, é claro) falando para o vazio. Falando para o nada...
Que raiva eu tenho de mim mesma.
Muita raiva, mesmo!!! 
Raiva de ter dividido coisas minhas, raiva de perder meu tempo falando para quem não estava interessado. Raiva de ter me aberto, de ter me exposto. 
Estou arrasada. Realmente chateada comigo mesma.
Será o começo do fim?
Ás vezes eu acho que o começo do fim já foi, e que nós já estamos no meio dele...
Por que dividir o mesmo teto com alguém se você não quer conversar, se a convivência já é mínima e, mesmo nestes mínimos momentos, você não quer conversar. Não quer saber como foi seu dia, não quer saber o que a pessoa pensa, o que a aflige, quais são seus anseios? Pra que
Qual o sentido disso?
Por que estamos juntos?


Blindagem emocional

Foi isso que eu ouvi hoje!
Acordamos cedo para a tão esperada consulta da dra. Daniella.
No banho vi mais um pouco de sangue e não resisti.  Limpei com papel e fotografei.

No café da manhã eu não resisti e contei para ele.  Falei que não poderia ter certeza, mas que poderia ser um sinal. Mostrei até a foto que tinha acabado de tirar.

Pegamos o carro e fomos em direção ao consultório.  Via Waze, é claro.  No caminho o celular deu uma travadinha e eu me prontifiquei a arrumar. Fiz do jeito que faço no meu, que vive dando problema. Tentei uma vez, tentei a segunda e ele disse : desliga tudo e faz de novo - bem ríspido comigo. Eu disse: já  está voltando.  Calma. Voltou.

E continuamos no caminho.  Ele SEMPRE fixa tenso no trânsito. Cacete!  Por que nome deixa dirigir, então. Eu não fico. Aí  ele fica tenso comigo dirigindo (ele acha que eu não dirijo bem).

Aí fiquei na minha.. pedi para ligar o ar ou abrir a janela. Ele falou para eu escolher. Liguei o ar bem fraco e logo desliguei o condicionador,  ficando somente o ar mesmo.

Depois de um tempo ele pediu para mudar a temperatura do ar, eu disse que o ar, efetivamente, não estava ligado, que eu só deixei para circular e ele, grosseiramente, me disse que não era isso, era que a temperatura estava um pouco quente, e ele estava com dificuldade de respirar.

Mas isso foi dito rudemente, com tem sido ultimamente. Aí eu fechei a cara e fiquei quieta, não dá para conversar com ele enquanto dirige. Não era assim no passado, mas a paciência dele comigo está realmente chegando ao fim.

No consultório, enquanto esperávamos, conversamos um pouco e eu falei para ele que eu não gostava da maneira como ele estava comigo, sem paciência e ríspido.

Eu disse que entendia tudo que ele tem passado, mas que eu não tenho culpa, e que ele deveria dizer o que ele quer que eu faça nesses momentos, porque eu não aguento ser tratada assim.

Ele me falou: “você não sabe o que eu passo no trabalho, ontem foi uma discussão no início e um no final do dia”. Eu insisti em dizer que entendia tudo isso, mas que eu não tinha culpa e eu não gostava desse modo de ser tratada. E fiquei na minha, quietona.

A Dra. nos chamou, conversamos com ela, contamos nossa história, contei a história da minha família, ela olhou todos os exames, fez um ultrassom e deu seu parecer. Expliquei o que fizemos no ciclo passado e o que aconteceu hoje de manhã.

Ela disse que não havia como saber, mas que poderia, sim, ser um sinal. Não teria como saber e o ultrassom feito nessa fase não mostraria nada, mesmo.

Na hora de irmos embora, perguntamos à secretária qual seria o custo do tratamento, a pessoa responsável não estava, mas ela explicou bem para a gente e deu o folheto. Aí a responsável chegou e ele queria falar com ela, eu disse “por quê”, ele disse que ficaram dúvidas. Eu perguntei quais eram e eu mesma respondi, na verdade a secretária havia esclarecido tudo. Ele, simplesmente, ou não prestou atenção ou não estava com cabeça para isso. Convencido, fomos embora.

Depois ele me disse (vc nunca falou que sua irmã tinha feito FIV). Cacete, de novo!! (Eu contei para ele que ela fez um monte de tratamentos que passou muitos anos nesta tentativa, que ela conseguiu engravidar uma vez e a filha nasceu de sete meses e, quatro horas depois, faleceu. – mas neste momento, eu apenas disse: “não falei? Não te contei que ele tentou pra caramba até conseguir engravidar?? Achei que eu havia te contato”)

No carro, indo embora, eu comentei que depois do ultrassom, quando a Dr. retirou o aparelho do ultrassom, ele também estava com um pouco de sangue, e me falou que não tem como saber, que pode ser um pequeno sangramento depois da ovulação, mas que também poderia ser a nidação. Ele disse: “eu me blindei emocionalmente”

Isso foi foda!! Cara! Eu tive vontade de sair do carro. Me arrependi até o último fio de cabelo de ter contado a ele sobre a nidação e disse isso a ele, com todas as letras. Ele falou, mas você ia falar na frente da médica (a idéia original era não contar a ninguém, mas eu fiquei tão empolgada hoje cedo, que resolvi dividir com ele – me arrependi!!).

Falei também que não queria que ele fosse me buscar no metrô, hoje, que eu voltaria de ônibus. Ele falou “por que isso??” e eu falei que sempre eu quero voltar sozinha, não é só agora. Que eu não gosto que ele fique me trazendo me levando, que gosto de ser independente.

 E assim que ele chegou no metrô eu disse “ Tchau, Bom trabalho” e saí do carro. Sem a menor vontade de voltar para casa.

E no caminho, vim pensando, que eu não tenho ninguém para dividir meus anseios, minhas neuras, minhas inquietações, meus devaneios, absolutamente nada. Ele não tem mais saco de me aturar. Ele não aguenta mais, a cada ciclo, eu falar para ele o que penso, o que senti, o que espero. NADA!!! Eu estou cansada disso. A cada ciclo eu renovo minhas esperanças, digo que não vou ficar me iludindo, mas é inevitável olhar cada possível sinal como um possível sinal, ao invés de simplesmente ignorar e não levar em consideração.

Estou cansada de falar com o nada. Estou cansada de ocupar meu tempo com alguém que não gosta mais de mim, que não quer me entender, que não quer me escutar. Pense, como vou conseguir criar um(a) filho(a) se sendo apenas nós dois já caímos nesta dificuldade tamanha. Hoje eu sinto saudade de quando estava sozinha. Eu não tinha ninguém para dividir tudo aquilo que eu listei acima, mas eu não tinha ninguém mesmo, em compensação eu fazia, simplesmente, tudo o que me dava na telha. Vontade de jantar, jantava. Vontade de rodar por aí, rodava por aí. Vontade de fazer nada, fazia nada. Vontade de ver novela, oba! Novela. Agora eu não posso fazer o que me der na telha, isso não seria um problema se eu tivesse um ombro, alguém para dividir os sonhos.

Desde que ele falou nesse assunto de ter um filho, nós só brigamos. Foi no aniversário dele no ano passado, no restaurante, que ele me pôs na parede para ter um filho. Foi na primeira consulta da Dra. Bianca, que eu não devo esquecer tão cedo uma discussão daquelas proporções pelo motivo que aconteceu. Nos primeiros exames que eu tive que fazer e demorei dois dias para decidir em qual laboratório fazer. Foi na segunda consulta da Dra. Bianca que ele não havia entendido o que ela tinha proposto como tratamento (e eu tinha, neste dia me arrependi, seria melhor ter concordado com o entendimento dele, eu pouparia um estresse em minha vida, mas não, quis insistir que ela havia dito exatamente o que ela havia dito e me fudi!). Cara, eu não aguento o tanto de discussão que a gente teve em torno deste assunto. Era para ser algo para nos unir, não para nos separar... E está nos separando.

Quem quer voltar para casa nestas condições?

Quem tem vontade de encontrar o marido depois de ouvir sobre “blindagem emocional”

Eu estou me blindando emocionalmente, é tanta rispidez, é tanta dificuldade de comunicação e para mim é tanto sofrimento, que, para continuar feliz neste relacionamento, eu é que terei que me blindar emocionalmente. Mas eu não sei se eu quero... Eu gosto de ser emotiva, eu gosto de sentir....

Seria a solução ficar sozinha??