Sunday, August 17, 2008

MEDOS

Depois de assistir à peça 'a alma imoral'... pensei muito. Texto pesado, filosófico, eu achei. EXCELENTE!!! Mexeu demais comigo, isso faz pouco mais de um mês. Mas não consigo lembrar de todas as explicações da peça que durou cerca de uma hora e meia, acho que eu deveria assistir essa peça uma vez por semana durante um mês para conseguir absorver tudo. Porém comprei o livro, acho que vai ajudar.

Um mês depois eu fui assistir ao filme 'nome próprio'. A Clarah Averbuck (junto com Walter Salles que fez a adaptação - e claro, vááárias alterações) me deu inspiração. Gostei dela.

Não tem nada a ver com a peça. NADA MESMO. Mas na minha vida os dois se cruzaram para me ajudar.

Eu tenho uma vida boa, quero dizer, estável, tenho emprego, uma casa (não é minha, moro com meus pais), faço meus programas... estudo um pouquinho, vou à academia e sigo nesta tocada. O problema é que eu não sou feliz, ou melhor, não me sinto feliz, realizada, contente com o que conquistei até agora.
Sei que é um absurdo dizer isso num país em que muitos não têm estudo, falta um teto onde morar, o que comer, etc...
Não quero ser injusta nem ingrata com o que o Universo me proporcionou. Mas todos os dias eu vou me arrastanto ao trabalho. Sei que meu trabalho não é satisfatório - nem para mim, nem para o meu chefe. Aliás, eu diria que é péssimo! Por que?
Porque não consigo implantar o que acredito ser bom para a empresa, falta empenho de todos, coisas que não posso fazer sozinha e percebi que, nadar contra a corrente e impossível se NINGUÉM quer ajudar.
O tempo passou e eu também me acomodei... com isso fiquei frustrada e, fui levando como deu. Agora eu cansei! Mudar a empresa eu já sei que não vou conseguir, mudar o que sinto, ou mesmo mudar a minha vida eu posso.

Ok, os primeiros parágrafos não dizem nada com nada, muito menos têm a ver com o título de hoje. Vamos coordenar essas idéias.

Parte da peça que me tocou profundamente foi quando a atriz falou de mudança. Com o tempo os espaços vão ficando pequenos (ou estreitos) e é preciso sair. Depois de sair não é possível mais voltar. A primeira experiência deste tipo que passamos na vida é no útero. Vamos nos desenvolvendo lá dentro, até que não cabemos mais lá e saímos. Não podemos nunca mais voltar, mas a recompensa é a vida que temos do lado de cá. Assim é quando saímos de casa, quando trocamos de trabalho e muitas outras coisas.

Mas existe uma resistência a esta mudança. O medo do novo.

E é aí que entra a parte do medo. Sim, o medo da mudança é inerente ao ser humano.

E o que tem isso a ver com o filme do Walter Salles?

Eu havia dito que os dois se cruzam em relação a minha vida. A Camila (do filme) VIVE!! E isso ela sabe fazer muito bem. Sofre, tem desilusões, às vezes fica meio perdida, sem saber o que fazer, mas sempre seguindo. Vive como pode, se não tem grana, dá um jeito. Mora com amigo, mesmo sendo num quarto de empregada muito apertado. Se vira para arrumar uma grana. Bebe o que dá pra pagar e, vai em busca do que acredita. Tenta colocar as idéias em ordem... E com ela eu me dei conta que não preciso de tudo que tenho para viver.

Eu tenho medo de sair de casa e não conseguir me manter. Mas agora eu sei que é possível, sim. Claro que não terei tudo que tenho agora. Mas eu tenho tudo isso e... não me sinto feliz. Não é preciso não ter para ser feliz, mas preciso ter algo que não faz parte da minha vida agora, portanto a mudança é necessária.

O espaço ficou estreito para mim eu PRECISO sair. Preciso de coragem e dar o primeiro passo para esta mudança tão esperada na minha vida.

Vou ter uma semana difícil, mas quando penso nesses dois trabalhos que vi...me inspiro, tenho forças e sigo em frente (espero que na hora da ação, eu tenha essa força toda que estou dizendo ter agora, no momento que escrevo essas mal traçadas linhas).

Penso no que vou fazer no próximo mês. Na virada que vou dar na vida (por mais dolorosa e por mais traumática que seja uma mudança, ela é sempre boa). Acredito que o futuro me reserva coisas muito maravilhosas e que, se ficar nesta vida segura e monótona, não terei recompensa significativa.

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